Monday, October 05, 2009

LUTO

~Atividades suspensas~

Wednesday, September 16, 2009

Sem Tu (Passará)

E se tu me dizer quererei esquecer
quando a verdade passar, farei-me entrever
e caso eu não esqueça, soletrarei teu nome
contra o espelho, à luz de vela, sem reza, só jura
pra São Jorge, caminhar de quatro a orla inteira
e em troca te ter: nunca mais em mim até sexta feira.

Passará a amargura, com ou sem bloco de Carnaval
e sem nota de jornal, despedirei me desse teu meu eu
sem ponte, sem drama, sem faca, sem pulso
sairei sarando um cado das feridas desse amor ateu
na missa sem crença, promessa ou pecado
e se for rancor que me jogar, fingirei que não menti
ao cantar um pouco mais alto a saudade de lado
e pra quando a verdade passar, eu fazer que nem te vi
mãos dadas comigo, fazendo d'eu a própria música agora
que eu irei de respirar pelo resto dessa vida minha afora.

Monday, September 14, 2009

Conceição

She said, that's all right, my darling
e eu pensei que era pra mim, ó
não cante alto seus pensamentos assim da vez que vem
e se vier, Cecê! Já tranca a porta!
Canta baixo a mesma canção
canta pra eu acordar no seu colo
E dormir no seu sonho
canta antes do silêncio, apressado, chegar.

Entra antes de bater
a porta, o tapete, minha blusa e meu pomo de adão
Entra antes de me fazer
bater o carro, o punho, à vida, vidro quebrado
que, nos olhos de quem olha, e, olha, olha sem mais piscar, se estilhaçaria...
Mas me perdoa o despero e faz assim:
Entra antes de mim e me espera...
na lavanderia.

Friday, August 28, 2009

No Sanatório

Já na beira da janela, conforme o sol nascia
mal saída do silêncio, a menina
meio que de prece, perguntaria
ao cão de mãos nos bolsos, tão transeunte, calado, casual:
"Ó, diga me tu, mata esta dúvida... ai fora, que vida faz?!
E também me diz, seu moço, se ela me ama pouco
Ou eu que a amo demais?"

Wednesday, August 19, 2009

Móstumo

E quando eu morrer de sono, fome, vida
Vão de novo me ser café, pão, saudade?
E quando eu correr de medo e pressa, e se me atrasar
Com que cara, com que riso vão me guardar (se é que hão)?
E quando eu brigar desatento com o tempo
Quem vai me esperar escapar da noite, com braços abertos de amor e cura, de pulsos abertos em dor e pus, que paz eu vou encontrar lá pelas 3 da manhã, que beijo vou dar antes do dia me escarrar à face, do resto do dia mal vivido, do caos conformado das outras meninas, e os abraços que rejeito, de que jeito irei redimir?
No nome de que pai, seu filho, pra que espírito, tanto vai dizer amém?
Me diz, mãe, vou eu viver...
Em nome de quem?

Tuesday, August 18, 2009

É impossível amar a mesma mulher duas vezes
so why don't you fill my sorrows
with those words from the only place you've known?
quantas mulheres me amaram
bem mais e melhor que você
vou, que sou daqueles que vão
em conversa de esquecer
a beleza de um amor
que já passou
te odeio.




1º de abril



Colagem com papel em branco e cola.
(1997-2009)

Até mais

Com quanta solidão se faz uma ponte?
De quanta despedida se fez o rio sob ela
e que parte parte de mim
e a ponte partindo, demolida pelo terremoto, leva quem?
E eu jogando eu, o sereno, a madrugada, você, quem leva?

Tuesday, August 11, 2009

Brilho Eterno

De adianto eu digo chega
pra previnir eu digo adeus
trata a cabeça, minha Nega
esquece a mim antes que seu

pois tenho pressa em verso e ira
pois me odeio de lampejo
tenho nojo e medo que fira
tanto querer o que eu desejo.