Estamos presenciando uma transição. Estamos dançando a valsa da vida, claro, a toda parte e a todo tempo. Mas aqui finco com um colchete este bilhete. Bem no meio, incisiva e precisamente marcado, do interlúdio. É tempo de mudança. Ouço a minha voz rouca de trastanteontem ficando mais nítida. Claro, não é sempre.
Lembrei de umas imagens curtas. Estava passando na pele minha mão banhada de dúvidas, afim de sarar eventuais chagas que vinham a tona. De mim e para mim. Estavam ali por algum tempo, ou melhor, estariam ali por algum tempo. E eu as apaguei. Nunca quis saber de deixar pra limpar depois as mãos sujas do que me envergonhava. Envergonhava-me de tudo ou quase que se referia as memórias estampadas com um "eu" bordado. Isso era o tempo também. Era outro interlúdio. Outra máscara a ser trocada.
Lembrei de um dia frio e breve. Eu, sob as cobertas, tentando evitar o frio lá de fora. Lá fora... caia um tiquinho de solidão, um tiquinho de excitação instável, um tiquinho de sorrisos misturados a areia da varanda. Os pés sujos limpam a terra da rua no tapete. Eu limpava os meus em dobro. E a janela entreaberta, que eu fechei toda a vez que ventava mais forte, estava lacrada com tábuas e pregos. Outro interlúdio. Outra máscara a ser trocada.
Lembrei de uma tarde e uma noite. Eu, distraído, contando saudades que não tive, colhendo flores de jardins alheios. Sujei minhas mãos de novo pela primeira vez. Fitei o próprio espelho com tanta impaciência desesperada, que este, trincado, me gritou. Gritou-me sobre o tempo cristalizado na retina que já não enxergava. Sobre o carnaval que passava (regojizos, danças, festas) que eu, pela janela, apenas comtemplava. Bem assim como sempre. Gritou-me sobre meu sorriso insincero, que cavara um buraco na varanda, jogando o quase cadáver do "eu" bordado lá. Que cada vez mais jogava terra para cobrí-lo. Fechei os punhos. Abri o peito. Desci as escadas do meu quarto, e fui cantar a beira da rua também. Cavei a tona todo o caminho para a superfície. Outro interlúdio. Outra máscara a ser tirada. E quebrada.
Cantei, suei, girei a roleta russa no carnaval da vida.
Estou aqui, não tão melhor do que antes. Mas completamente diferente do que eu poderia estar.
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Muitas vezes a vida é pra ser vivida. Mas essa frase tem tantas interpretações =P
ReplyDeleteEnfim, vai de cada um.
Um dia alguém senta e olha pro horizonte. No dia seguinte pode estar lutando contra o dragão!
Cada um, cada um...
~ manaka
oie
ReplyDeletemt bonito seu texto^^
nha, nem eh novidade pra vc neh XD?
podia publicar ^^
t dolu
bjins na alma
Ooooh, eu queria ter um comentário bem inteligente pra fazer... mas acho que jah gastei toda minha criatividade de hj terminando o cap 5...
ReplyDeleteDe qualquer forma fiquei mto emocionada! E tbm percebi várias coisas, por exemplo: eu escrevo mto mal... hehe, o pior é q isso é verdad!
Vc escreve mto bom ^^, e saum mto bonitas as coisas q vc screve tbm xD.
Vou indo, tenho 30 págs p/ revisar *sofrimento antecipado...*
bjaum
tchautchau
em stand by
ReplyDeletemas tive aqui e li...rs
"a vida leva e traz.. a vida faz e refaz"........
ReplyDeleteacho que arriscar é a melhor parte da vida.
e um medo de arriscar atrasa tudo. =/
maaaas, temos todo o tempo do mundo... ou não?
é....... sei lá.... rs
texto lindo, hein.
=***
se é p/ escrever
ReplyDeleteincentivo o ócio diário
¬¬
hihi