Thursday, July 30, 2009

Achismos

Chega aqui e me esquece
e me aquece
e seja o que for saber
não vá saber
vai, disfarça bem
sai, desenterra
a noite inteira
mas espera, que a pressa
é passageira
o desespero, idem.

E o que eu soube não foi
o qu'eu queria saber
triste sorte
isso de saber demais.

Wednesday, July 29, 2009

[OFF] Nerd Type, rs.

What Be Your Nerd Type?
Your Result: Musician
 

Doo doo de doo waaaa doo de doo! (<-- That's you playing something.) Everyone appreciates the band/orchestra geeks and the pretty voices. Whether you sing in the choir, participate in a school/local band, or sit at home writing music, you contribute a joy to society that everyone can agree on. Yay! Welcome to actually doing something for poor, pathetic human souls. (Just kidding.)

Literature Nerd
&nbsp;
Social Nerd
&nbsp;
Gamer/Computer Nerd
&nbsp;
Drama Nerd
&nbsp;
Artistic Nerd
&nbsp;
Anime Nerd
&nbsp;
Science/Math Nerd
&nbsp;
What Be Your Nerd Type?
Quiz Created on GoToQuiz


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Só porque esse mês não precisa de posts pra encher linguiça e me fazer sentir menos mal por estar escrevendo pouco.

À Terra, Com Amor

É claro que há Amor por essas bandas
Ou só eu estou lendo e seguindo as placas?
No próximo verão vamos passar um fim de semana aqui
Que seja.
Uma vez sonhei que era astronauta.
Bate a porta forte se você for ficar. Obrigada
Quantas vezes já tinha dito à ela
Que no final das noites pro início do dia seguinte
Sempre chega um frio que só?
Eu jurojuro que eu jamais farei
Que seja esta a última vez.
Satélites naturais são minhas testemunhas
E meus álibis, nas noites quando, de férias lá em Júpiter
Sem livro de poesia ou acesso à Internet
A saudade recitada em chamas brancas de luz contra o universo
Era jurada à gritos que não ecoavam no vácuo
E expressões de desespero embaçadas pelo vidro que cobria
Meu peito disfarçado, minha face desoxigenada
Buscando o seu azul num canto do céu
Esperando o próximo período sinódico
Lembrando das vezes que prometi
Mais a mim mesma do que pra você, querida
Que a próxima seria a última vez.

Sunday, July 26, 2009

Despedida

Da madrugada já se esperava o silêncio
Do sol apressado, por redundância, sua pressa
Mas a infância se desabrocha sem metáfora
Cada dia um pouco mais perto da porta de casa
Sai, salta nalguma manhã a velha rima e compasso
Desagasalha-se, bebe o sereno, se estica no quintal
E seu corpo contra si próprio, vai e volta
Sonhando talvez um sonho, um outro corpo, uma salsa

Tão incerta das coisas que se deve guardar
Com cuidado, escancara a caixa de segredos
Espalhando seus mares e desertos pela janela
Do trem das seis que o acaso estacionará à bala
Sim, irônica, ela gosta de fugir na estação passada
Segurando a própria mão e dizendo: "te espero,
Mas te espero pouco, porque se te anseio demais agora
O resto de nossa vida inteira chora... a minha falta."

Sunday, July 19, 2009

Etílica

Zen, Zênia
tênia, Tânia
hahaha, nem yoga, nem botânica
sem amante, que pena
essa noite vamos sós
o desespero e eu
esperar no canto escuro
se desenroscar, minha pequena
da sala de star
da saliva alheia
do meu melhor amigo
da pista de dança que dança
com mais pressa
que meu corpo veio
vá me fazer de poeta
ó, meu copo cheio
e vá abafar
esse tédio
que este guardanapo rabiscado
hoje à noite
vai é secar sangue
vai é manchar de azul o branco do rosto
provavelmente meu
é claro.

Saturday, July 18, 2009

Promessa

Ela me disse para amá-la devagar
pois só sem pressa nosso amor duraria
pra além do inverno e da carne
pra lá dos anos, do karma
e eu acreditei, ó, só deus sabe o quanto
se perde, por acreditar em deus.

Wednesday, July 15, 2009

N e S

II

azar é genético
amor é cultura
tempo, ficção
viver é esquecer
comida é seu corpo
música, de fundo
papel é higiênico
viola é o verbo
beijo é artístico


I

correr é ficar
água, abraço
amanhecer só a noite
anoitecer sob o sol
viver é a lembrança
não é logo
(sua) ausência gera o (meu) verso
(mas) verso mesmo, em si, é a ausência: o silêncio, da tinta e da boca

Tuesday, July 14, 2009

"one liners"

gosto das manhãs por serem a única hora do dia que o sol e o silêncio se compartilham. nada como o silêncio do cântico dos pássaros sob a manhã que ainda não se dera conta de que o dia acabara de começar.

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defendem tão bravamente a mesma causa! pena que discordam com mesma bravura sobre o conteúdo dela.

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talvez seja tarde demais mesmo. você, que chora (comigo) pelo leite em cachoeiras, devemos ser velhos demais mesmo, pra essas (e aquelas) coisas. o sol nasce apressado e atrasado pro bonde das 5 :30 Am, os canais televisivos de música gritam que é tarde demais para se começar a fazer música, e eu posso jurar que na noite passada sonhei ter aprendido, enfim, a andar de bicicleta. só que era tarde e eu acordei. tão tarde que eu, acordando, anoiteci sonhando acordado pra fazer de conta tanta coisa que deus duvidava que eu fizesse. mas um dia, enquanto ele esperava a Voz do Brasil cantar a Abertura d'O Guarani depois da novela das oito, eu fiz minhas malas. e fiz de conta que eu fazia de tanta conta assim.

[da série eu gosto do óbvio - parte 22, rs]

Monday, July 13, 2009

Pátria

Minha língua é minha arma
que atira contra meu próprio peito
e sangra em litros as promessas que te faço
e desfaço, ou cumpro pela metade
minha língua é a paz declarada
contra a guerra cotidiana
de se escovar os dentes (pra quê?)
de se ganhar a vida (de quem?)
e o clichê hipócrita de se revoltar disfarçadamente contra coisas que moverei palha alguma pra mudar
e o poema que te dedico e recito à luz do dia, à praça pública
e o gesto de manter uma cena como esta trancada na imaginação apenas, pra sempre.

Saturday, July 11, 2009

Castigo

sua saia curta azul escura
seus risos 'érresse', discrição
aceita minha amizade futura
pra me roer a dentição
pra me passar seu endereço
virtual, sua homepage
sã, linda e sem email adereço
colegial, kisses-me-beije
praia à tarde, so fine
eu sempre te quis assim, ó céus
emoldurada, on line
no firmamento azul de pixels

Trailer

ou eles morreram esfacelados por um trem
adeptos de alguma seita fundamentalista suicida bizarra
ou vítimas de um tiroteio perdido
entre quadrilhas intergalácticas que lutavam por território
ou escalpelados por um borderline à serra elétrica
no sótão de um casarão abandonado da Lapa

vá saber, no necrotério, atenção era a tv 14 polegadas no volume máximo
os repórteres e jornalistas estavam ocupados demais para cobrir o caso
do obituário improvisado, ao rabisco aleatório em frase para a nota de jornal postada uma página antes do caderno de esportes
má sorte de uma morte inteira essa coisa de morrer (no mesmo dia que o Michael Jackson)

Monday, July 06, 2009

Ode Ao Tinha

"nada como desgraça alheia para nos provar que a nossa vida é até bem confortável"
nada como a vida e a irônica e constante parcela de morte na qual ela se divide
na qual, se esfacelando e almofadando, o crepúsculo se espalha à palma de meu dedão
nada como a vista que se entrefecha no horizonte e no olhar e na polpa da pálpebra o sol que queima e a manhã que nasce à beira da praia e nada, na espuma, mas nada
nada mesmo como a angústia de não ter mais tempo e um pedaço de si para dias assim

nada como se pôr as tardes ao seu colo, e nada como esperar você chegar de braços dados comigo
no pensamento e no corpo, logo mais, e, ainda mais, logo menos
nada como lamentar quando isso tiver acabado, para sempre e comigo
na esperança de outra alguém um dia quem sabe ser parecida com a memória que guardei de ti
numa pressa diabética do dia chegar e quando fazê-lo estar sem pressa por mais que estará

nada como o fim, e, mais, como o depois do fim - que faz durar, muito além do que durara, o início e o meio.
"nada como poder abaixar ou desligar de vez o volume da voz que diz o inconveniente aos nossos ouvidos"

Saturday, July 04, 2009

Sandice

eu choro quando o céu fica azul
durmo com as janelas abertas e as luzes acesas
me tranco no banheiro
ou abraço o travesseiro forte
quando quero rir de gargalhar

frentes frias me aquecem
não há chuva que me molhe
eu vendo fiado
eu firo com força quem eu quero bem
eu sorrio pra estranhos na rua

átomos

tenho alegria
o dia belo des(a)ponta
meu 'cê' que
cheio de pressa
cheio de si
abraça quem quer abraçar
esperando por metáfase passar e transpassar
o bom que guardou

só que geralmente o caminho é só de ida
a vida também nem sempre é uma ligação covalente
(sei... ou as pessoas que devem achar que tem lá seus elétrons balanceados ~ sei lá)
é o outro lado que vem
e nem tudo o que os outros guardam pra dar
é o que se quer de graça

Wednesday, July 01, 2009

ao sol

o piano esquizofrênico
sozinho no quarto ao lado
que teima em solfejar
que quer estar sozinho
é um ator de primeira