Monday, April 27, 2009

dê sinais de vida

rs

Monday, April 13, 2009

ensejo

que deus abençoe-os até sua a porta abrir e fechar contra minha face
que deus abençoe quem com amor extende a mão para retirá-la com pressa logo em seguida
e que perdoe com amor cada beijo escarrado a distância que darás de peito aberto (e mais, que mais sagrado ainda seja o ato de nem assim lhe reagir e continuar a caminhar simplesmente)
que deus abençoe nosso lar maior prisão que poderíamos ter comprado à prestação, consórcio e financiamento
que deus abençoe nosso futuro para sermos felizes com cada pedaço de chão no qual caímos tontos de bêbados e podemos chamar contudo de nosso e abençoe-nos uma vez mais quando isso assim nos for o bastante
que deus abençoe com seu poder e glória o fato de termos aprendido a viver apesar de: apesar de não vivermos, apesar de termos aprendido a não querer viver, e que a partir do momento que isso for razão de nossa felicidade seja instaurada a paz em nossa alma
que deus abençoe a graça de termos nascido prontos para compreender ninguém, nem a nós, muito menos (e agora damos uma risada) ao próximo
que deus abençoe estarmos nos beijando agora e termos sidos agraciados com o dom divino de não sentirmos falta de nada depois que o tempo impor-se como de natural separando-nos
que deus abençoe o fato de eu ter braços para cruzar ao invés de abraçar, e pernas para correr ao invés de andar (lado a lado)
que deus abençoe o nosso pouco saber, pouco saber torto de lidar com o que queremos de fato, com o que queremos do passado
que deus abençoe os dias que nem a chuva que me traz febre e que nem o sol que me sua o corpo seriam o bastante para fazer esquecer de mim em detrimento do meu corpo e que por alguns instantes eu poderia sim talvez quem sabe estar em algum lugar além de mim e conseguir desejar um pouco, mas um pouco que fosse e que seja que eu fosse um pouco bem pouco daquelas coisas que um dia eu quis com tanta força e quando digo isso me refiro menos aos sonhos de infância que ao me foi instruído: afinal o que eu desejo é sim o que me foi dito como bom, por isso mesmo digo que eu quero o mal, eu quero ver o ódio abençoado a impregnar minha alma e fazer-me pecar, mas pecar com força maior, força estranha a mim então, força incisiva principalmente contra aquilo que me definiram pecado

que deus abençoe o tesão que sempre sinto por ti se o próprio me ajuda a sentir algo além dele
que deus abençoe o bloco que passa e me leva e me quer porentre seu canto pois quero-lhe por entre oqueeu canto também
que deus abençoe as estrelas cujo nome me é impossível esquecer
que deus abençoe o desespero que sinto quando diante da minha vida inteira a única coisa que consigo querer é fazer sentido

Sunday, April 12, 2009

de pessoas refaço os lugares
de sorrisos entupo os ladrilhos
das portas batidas revivo as despedidas
lasca caída - pessoa que veio, ficou e passou

na calçada deitada fica aquela que me cedeu o colo
há poucos estranhos passando em suas bicicletas
o rosto novo que me fica é o rosto antigo que ficara antes
a pessoa incógnita que me fita me preenche e compreende

do alto, podia, seria uma zona sul ou o açúcar a me voar
ma'são vozes-radio, ao invés de paisagens-óleo
ecoando o meu peito afora, vi as canções compostas
de conversa, amor, praia, trilha, minha, vida, pódio

se estou lhe fora, sinto-lhe de fato amputada em mim
como se cidade Redentor me rendesse a luta
tampouco o asfalto ou o horizonte cimento tenham culpa
ciente faço o amor ferro e brasa que vós me fizestes

aonde quer que eu vá carrego já, já é tarde, diria
lugares? sim pessoas, nuas em mim, a luz do dia

Saturday, April 11, 2009

fds

aos sábados de madrugada querida meu amor é posto justo ao que guardo bem na memória e relevo ainda na medida que esqueço que a vida inteira será ainda o que é depois da noite que passa sem luar pelo calçadão com peito postiço em 10 reais a hora. meu beijo ao teu beijo será manhã e paz como o álcool-3-por-5 que sai de mim pra te dizer bom dia e adormeçer-me como anjo caído do décimo andar ao décimo quinto sono. o quanto você me dói (à cabeça e ao coração) é tão bom de notar porque se assim é é porque deixo e se deixo é porque minha vontade já se faz tão relevante como a programação dominical de televisão aberta. punja-me o teu o perdão até o próximo fim de semana. seja meu cálice rendenção e abrigo. amém.

Thursday, April 09, 2009

veríssimo

vamos ver pra que lado vamos correr agora
vamos correr agora que a pressa vem aí
atrás de carne podre fresca e almas virgens em caridade

cheio meu peito incha de tanta interjeição por dizer
de tanta saudade deixada pelo caminho que tropeças tu
que destinada fora a querer demais aquilo que jogas fora

ó, teto azul de nuvens cujo traço desaprendo
ó, descampado que preso ao meu quarto sopra um vento magro
opaco, incapaz, leva e deixa aqui com e sem urgência quem eu quero

vamos ver para que lado tu sopras, embora, vento
creia eu que há para ver menos, a essa altura, teu destruir
que o que constróis, que corre, que curra, que o que acorrenta

numa necessidade cega e tísica, que te passam pelo tempo
leve, desmantele e sele os abraços dos braços que ficam dos que vão
seja o peso inexistente, seja o esquecimento maduro que preciso (para ser) forte