Estava pensando hoje de manhã... pr'onde aqueles pássaros vão? E as baratas que entram pelo ralo do banheiro, onde elas dormem e escovam os dentes? Tem tanta coisa sem importância que me encho a mala às vezes, e tem tanta coisa que eu... na verdade devo me infernizar com quase tudo. Aquele pássaro verde e amarelo (estilo Copa de 70) de outro dia por exemplo. Pousou por uns segundos no varal de casa, o vi pela janela enquanto eu bebia água na pia da cozinha. Ele o tempo inteiro tentava alçar vôo para algum lugar y que ele havia esquecido qual seria, porque parecia que ele simplesmente desconhecia onde estava. Tentava, se perdia bem no meio do impulso e acabava por voltar no ponto inicial. Fazia isso repetidamente, parecia um Ioiô, aliás, ainda existem Ioiôs? As crianças devem brincar de outras coisas hoje em dia, tipo desespero e terrorismo. Mas voltando ao pássaro, acho que fiquei cerca de 20 minutos vendo até onde a sua sorte o levaria. Cheguei a pegar um banco pra sentar e observá-lo com mais conforto. Só que o telefone tocou, e eu fui atender, e, claro, desviei minha atenção para outras coisas. Só lembrei novamente de sua existência horas e horas depois, ao me deparar com a cadeira vazia no meio da cozinha, em mais uma das minhas incursões em busca de H20. Olhei novamente para o varal sem roupas, e não havia nenhum passarinho ali. Me pergunto agora se ele caiu duro e morto de tanto tentar chegar aonde queria, estando agora em processo de decomposição, ou se conseguiu. Conseguiu? Nunca sei quem conseguiu nada. As pessoas conseguem coisas também? Sempre penso em corpos putrefados, em primeiro lugar. (Depois vou dar uma olhada no quintal do vizinho e ver se acho algum cadáver.)
As baratas me intrigam. Em dias frios você quase esquece a existência delas. Pensa em caramujos pendurados na veneziana de suas janelas (e em porque diabos eles escolhem lugares tão peculiares para tirar uma naninha), pensa em assistir novela das oito (ou nove?) pra ter assunto com a trocadora de ônibus, pensa cortar as unhas, porque elas já estão engaixando entre as teclas do teclado do seu computador, pensa em continuar a escrever aquele livro sobre monges australianos e pedófilos, pensa em sair na rua e ser atropelado, enfim... Menos nelas. E elas surgem em dias de calor tão naturalmente quanto a gravidade jogará minha barriga pra baixo daqui uns anos. Da última vez eu vi, inclusive, a tampa do ralo se mover, e se fechar para trás, enquanto um desses indivíduos passava à velocidade da luz (na verdade li uma vez, usando minhas horas vagas para ler sobre baratas na enciclopédia, que se elas tivessem o tamanho de um homem correriam 150 km por hora. Weird.) Tentei contornar o problema com um tijolo, e só deus sabe como, elas passam por debaixo dele, se materializando aos poucos do lado de fora. Conclui que as baratas são paranormais, alheias à qualquer coerção social, tem poderes psiquícos, se teletransportam, voam como jatos supersônicos, emitem raios ópticos destrutivos de calor, e nunca vão desaparecer. Tá, em parte eu devo sentir um pouco de inveja.
Meu quintal tem uns esquilos também, que volta e meia entram pela famigerada janela da cozinha. De lá pegam alguma coisa do fruteiro, geralmente frutas (dã), claro, sem deixar derrubá-lo e espalhar as coisas chão a fora. Uma vez um deles veio e dormiu na minha estante de livros, e certo dia, à procura de um livro do Dostoievski, eu vi... Tá, é sacanagem, não há esquilos na droga do meu quintal, e tãopouco eles entram na minha casa, conseqüentemente (com trema mesmo). Mas eu queria de fato que isso acontecesse. Porque sei lá. Eles são rápidos, e comem nozes, e eu adoro nozes... tá, não me olha com essa cara, não tenho deficiência mental, é sério! Acho eles especiais. A beleza involuntária, a vida natural em florestas temperadas, hiperatividade compulsiva, moradia em buracos de casas de árvore, escalar dezenas de metros todos os dias, e, dependendo da espécie, a incrível capacidade de voar (pelo menos reza a lenda)! Na próxima vida eu arranjo um requerimento e nasço esquilo.
Quando acordo tenho certeza do quero e de onde estou. E os gafanhotos que vi outro dia na televisão, sendo esmagados contra a hélice do avião, daqueles E-16 ou alguma sigla do gênero, tipo antigo, adoram me vir à mente com seus três pares de pata e asas. Uma manhã de sábado, você sai de casa em busca de alimento para si e sua família quando uma máquina de metal gigante atrevessa teu caminho te trudidando em incontáveis pedaços. Bem em dias assim que eu não me sinto melhor que inferno algum nesse mundo.
Será que há fila de espera para o requerimento de esquilos?
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Oi, rs. Tudo indo por ai? (ñ pergunto mais "Tudo bem" rsrs). =)
ReplyDeleteComo está o novo ano?! Se estiver on, reponde, fala, rs.
http://br.youtube.com/watch?v=i2wmKcBm4Ik&feature=related
ReplyDeleteOlha! Ele ñ é incrível? Rs...
hahaha, ué, ta tudo bem comigo, rs.
ReplyDeleteo ano novo tá legal, e ai?
gostei da perfomance, rs.
ah! se está tudo bem, então ótimo, fico feliz! é q seus textos me remetem algo trsite, rs.
ReplyDeletegostou da música? =)
mas o post anterior (que é uma música) é até feliz, pô... rs. eu achei ele feliz, pelo menos. mas aposto que você não leu nada!!! =p
ReplyDeletea música eu já conhecia, e é linda, rs. mas não conhecia o interprete =)
ok, oq é isso, um scrapbook?
ReplyDeletee mto mitido vc com seu Dostoievski!
*kinha vai sentir não estar aqui para ler este
mas é mto estranho pq eu meio q estava pensando isso hj, sobre essas coisas sem importância
acho q era algo sobre oq será q o pessoal de antigamente, q eram enterrados junto de seus governadores para auxiliarem eles no pós-vida, pensavam qndo descobriam q eles íam acabar morrendo de fome lá dentro e ngm ía aparecer
se bem q eu acabo de concluir q eles sabiam isso, portanto, era td parte da crença deles e eles eram mto estranhos na minha opinião
enfim, naaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaada a ver
embora eu realmente tenha refletido sobre as baratas e me lembrado de Joey e as baratas (é esse o nome) e da Clarice
enfim, vou embora, não posso passar a eternidade aqui dizendo abobrinha
ok, oq vc queria q eu dissesse?
ReplyDeleteUAU, mermão, isso foi demais?
não posso ficar elogiando vc td vez q vc escreve algo mto bom! vc vai acabar ficando arrogante xP
mas eu gostei!
e eu acho q vc devia ser um escritor publicado ou, caso não conseguisse, talvez morrer de tuberculose como no romantismo
*melhor agora?
quero ser autista igual a você. juro, juro, juro.
ReplyDeletePra quem não te conhece e ler isso, o texto não vai fazer metade do sentido. rs
ReplyDeleteFeliz o post anterior? Rs.. Acho tanto eu quanto vc perdemos a noção de felicidade, rs.
ReplyDeleteUma vez vc me perguntou o q era o amor p mim e meu deu uma noite p eu pensar. Agora eu te dou um tempinho p vc pensar e me responder o q é a felicidade. Ok? Me responde?
Sabe, voltarei a ler seus textos. Eu realmente venho aqui só p falar com vc. Dar um oi, saber se vc anda escovando os dentes devidamente... rs. Eu meio q tinha tomado aversão ao q vc escrevia, rs. Ñ q seus textos fossem ruins! Ñ é isso nem de longe, tá?!
Mas eu lerei. =)
pôo acho que você nem interpretou o poema direito! rs.
ReplyDelete"vou te abraçar até desconhecer quem é quem"
isso é uma imagem muito fofa, abraçar uma pessoa até não saber se você é ela, ou se ela é você
"vou anoitecer até as estrelas serem quem eu quero/e vou ensejar até serem estas cadentes e pegá-las com o peito"
isso também é bonito! é como deixar o dia passar, e quando as pessoas que gosto precisarem de mim, eu estar lá para apoiá-las
"vou suar até ver oceano /e vou lagrimar até me crer oceano/então, uma vez lágrima, serei uns vários lampejos de esperança atmosfera à fora e vou voar até despertar ou adormecer de vez"
e pô, isso ai é a essência da esperança! que depois da dor, "se crê oceano", um ato de ver que a dor é algo comum que acontece sempre com as pessoas, mas que é superado, como "lampejos de esperança" que crescem até o céu voando, levando a pessoa a despertar e viver sua vida novamente, ou adormecer, esperando o dia de amanhã para tomar coragem e fazê-lo definitivamente.
preguiçosinha =p
eu não acredito em felicidade, e "feliz" é mero adjetivo para mim do que seria "paz." Por sua vez, considerar alguém "em paz", é mais uma média: a pessoa passar por mais momentos divertidos e agradáveis do que por momentos depressivos afundados em problemas. =p
=) rs
ReplyDeletepreguiçosa, NADA, rs. vc sabe disso, rs. =)
Entendi o q vc falou q concordo em parte, sim.
escrevi pouco, pq to passando mal.
até!
voltei aqui, rs. vc ta on?
ReplyDeletetô rs
ReplyDeleteentra no skype! xD
ReplyDeleteennnnnnnnnnntra
ReplyDeleteme diz o meu login de novo? que merda, toda hora eu esqueço. só tenho decorado o outro no qual não consigo falar com vc .rs
ReplyDeleteobservando sempre, né vinicius?
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