Sunday, May 10, 2009

(quando se coloca pra editar algo aqui no blog, aparecem 4 abas no canto superior da tela, "Postagem, Configurações, blablabla". na aba 'Postagem', existem outras 3 sub-abas, dentre elas, a primeira, que eu me referirei a seguir.)

acho tão metafísico esse botão estampando a palavra "Criar", na primeira sub-aba da sessão de "Postagem". juro, tanto por ele vir de cara, a primeira e imponente opção, quanto, mas principalmente por dele vir, justamente, a derradeira e única saída para a produção e publicação de textos. tá, e? é que eu vejo muito peso no verbo "criar", e, talvez só veja e sinta tal peso em outro verbo, o "amar", provavelmente por razões bem similares... talvez eu acredite que ambos os verbos criem, em um sentido mais abstrato, mas em espécies diferentes. um, coisas 'inanimadas' além do indíviduo, outro, 'laços' entre coisas animadas, também além dele (embora muita gente ame coisas de existência pessoal, sem vida, literalmente, como amar um carro ou uma pia entupida, mas isso é outra história, pois pra mim estão apenas exteriorizando um pedaço de si no objeto x e ali...ENFIM, isso é outra história. e pro inferno minha achologia limitada).

dai garoam as perguntas... e os filhos? se criam? só se utilizar-se da etimologia "cuidar", associando seu sentido ao verbo que me refiro. porque parir um filho é diferente de "criar" um. na verdade a própria noção de criatura criada (nós) já traz por definição o ato de dar a luz por união sexual e/ou amorosa de um novo ser. nada está sendo criado nesse sentido, apenas está sendo efetivada a continuidade da criação em seus termos "contratuais", digamos. se fôssemos tão poderosos assim, poderíamos parir crianças com rabo de porco, como no romance de Garcia Marquez, ou eu poderia optar por criar um rinoceronte africano com minha futura esposa (que provavelmente me mandaria pro inferno ou exigiria um divórcio logo que eu tenha proposto isso à ela).

outra pergunta: qualquer tipo de criação leva a um elo de exteriorização do indíviduo? talvez, sei lá. eu posso criar algo dentro de mim mesmo e fazer isso brotar? sim, isso é o sentido da criação "artística", naquele papo metafísico que endeusa quem produz qualquer tipo de arte. mas e se criar algo dentro de si e isso continuar confinado lá, terá sido isso, nessas condições, criado? e se eu disser que criei, que amei, que fiz um cadinho a mais de vida partindo de mim, sem ter botado pra fora, seja em forma de discurso oral, ou em poema, conto, babaquice. alguém acreditaria? poderia clicar no botão "Criar" e dizer: "pensei num poema. eu juro"? vocês acreditariam em mim?

1 comment:

  1. tudo isso por conta de um botão?
    séeeeeeerio?

    shueashuehasuehasueuasheuashue

    ;*

    ReplyDelete