
Eu escrevia uma carta de cem palavras
Sem palavras pra você
Eu atava um laço da minha manhã a tua
Eu talhava setecentos sonetos
Cem para cada vestígio de alegria descompromissada
Que você deixou aqui quando sorriu
Se me sobrasse tempo
Eu corria com um traço só as paredes da casa
Um oceano rosa verde fluorescente
Com o pincel e a tinta suas
Ora mais pálidas, ora mais vivas
Que tanto aparecem e desaparecem nesses desenlaces
E reenlaces
Se me sobrasse assanhamento
Eu ensaiava uns passos desajeitados
Uma valsa em quatro por quatro
Pisava umas cinco vezes nos seus pés
Caia contigo, descompassado
E lhe dava a mão...
Com todo o cinismo de quem ainda faz um favor
Se me sobrasse atenção
Eu recitava só de memória todos os versos
Daquela canção que você tanto canta
Mas que só lembra o refrão
Se me sobrasse alento
Eu jogava pela janela a minha distância
Eu jogava pela janela a minha
Eu jogava pela janela...
Se me sobrasse as horas, e os dias e as estações
Eu parava debaixo daquela árvore
Fingindo ler um livro qualquer
Mas estaria só esperando você passar
Pra lhe dizer 'boa tarde'
Ou nada mesmo
Se me sobrasse mais de mim mesmo
Eu espalhava, pelo ar, tudo num quê sem porquê
Os versos imaturos e indiscretos que sempre escrevi
E riria deles, ao observa-los se debater fora d'água
E sorriria ao ver você rir da mesma forma
Afinal, ainda somos todos uns tolos, burros, ingênuos, que querem viver e ser felizes
Mas fingem que não.
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Ao som de: Inside Out - Pain Of Salvation
lindão.
ReplyDeletehaan, eu falo falo mas vc nao conta nada né? huuun
=)
-arrepiada-
ReplyDeletetche... acho q esse é o poema q eu mais gostei ate hj!!!
lindissississimo..
Amei de verdade \o/
tu se lavaaaaaaaaaaaaaaaaaa =P
Muàhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh =*